quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Foco na estrutura, mas desejo de voltar a elite



Sem reforços, diretoria do Paraná Clube foca esforços em infra-estrutura




Sem reforços, diretoria do Tricolor foca esforços em infra-estrutura Enquanto dirigentes esperam fechar com três novos jogadores, planejamento para os próximos dois anos prevê revitalizações e CT em Quatro Barras




por THIAGO DE ARAÚJO - GAZETA DO POVO ONLINE - http://www.gazetadopovo.com.br/

A torcida do Paraná Clube ainda espera por reforços para a temporada 2008. A diretoria, por sua vez, assegura que está trabalhando intensivamente neste sentido, mas por ora apenas o volante Léo foi oficializado. E na busca pela profissionalização do departamento de futebol e pela volta à Série A já em 2009, a cúpula paranista planeja investimentos em infra-estrutura.

Apesar desta temporada ter sido desastrosa no time profissional, as categorias de base deram retorno, e como “prêmio”, o presidente Aurival Correia espera anunciar no primeiro semestre de 2008 a construção do Centro de Treinamento de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba. O local iria abrigar todas as categorias de base do Tricolor já no próximo ano. O projeto ainda está no papel, mas o acerto de uma parceria pode acontecer nos próximos meses.

“Este projeto do CT para a base está sendo avaliado e estudado por nós. Estamos traçando como isso será feito, estudando parcerias, para a construção dos campos, alojamentos, tudo que envolve um centro de treinamento. Estamos conversando com alguns interessados, mas antes de qualquer anúncio a proposta tem que passar pelos conselhos, afinal somos um clube”, explicou Correia.

Enquanto engenheiros contratados pelo Paraná trabalham no plano diretor de toda a área que o clube possui em Quatro Barras, a sub-sede do Tarumã também deve tornar-se outro CT, mas do elenco profissional. Este projeto, contudo, será montado posteriormente.

Em janeiro, a Vila Olímpica também deve voltar a receber a atenção da diretoria. O estádio que abrigou o pentacampeonato paranaense em 1997 hoje é a casa dos times da base, e será regularizado aos poucos, já vislumbrando-se que o Tricolor atue lá no Estadual de 2008, abrindo espaço para a troca completa do gramado da Vila Capanema – meta que não poderá ser cumprida neste próximo ano.


“Não dará tempo para adequarmos a Vila Olímpica a tempo para os torneios deste ano, mas faremos as obras necessárias. A meta é acertar a construção do CT em Quatro Barras, transferir as categorias de base e a equipe profissional poderá treinar e mandar jogos no Boqueirão já em 2009”, disse Aurival Correia.

Minhas observações sobre a notícia e o Paraná Clube:


- Vale sempre lembrar que o Paraná Clube é, como o próprio nome sugere, um CLUBE esportivo, social e recreativo. Todo tipo de aposta no futebol passa por essa visão multifuncional da entidade. O time paranaense, é bom lembrar, é fruto da fusão entre Colorado Esporte Clube e Esporte Clube Pinheiros. O Paraná é bicampeão da série B e sete vezes campeão do paranaense.

- Alguém sempre vai chiar, que é necessário investir mais em reforços, porque o time caiu pra série B e afins. Só que a estrutura vai garantir o Paraná como referência na formação de jogadores e isso, posteriormente, vai favorecer o clube. O time já foi destaque no campeonato brasileiro sub-20. O atual campo também não era dos melhores.

- O publicitário Marcelo Romaniewicz, 38 anos, assume em 2008 o departamento de marketing do clube, prometendo inovação e criatividade, mesmo com recursos escassos inerentes a realidade brasileira. Vale todo tipo de incremento nessa área tão deficitária em TODOS os clubes de futebol do Brasil. A promessa é "mexer com o orgulho dos paranistas, do torcedor ao sócio, valorizando a marca Paraná Clube."

- O Paraná Clube tem um dos projetos mais conscientes entre os clubes da série B, mas passou do céu ao inferno em 2007, quando de representante brasileiro na Libertadores chegou a segunda divisão. Ainda assim, como é um clube com base, projeto e estrutura, reune bons indicativos para voltar a elite do futebol em 2008.

- A torcida do Paraná só teve melhor média que a de Santos e Juventude - foram 8766 torcedores por partida. Só aí já dava
pra melhorar bastante.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Arenas de Europa, para renda brasileira

No primeiro post-debate, trago uma reportagem de quando eu era repórter da Revista Amanhã, periódico de economia, gestão e negócios editado no Rio Grande do Sul (www.amanha.com.br). Trata-se de uma abordagem sobre o planejamento dos principais clubes do sul do país que pensam projetos para a copa de 2014. Entram nessa conta, Inter, Grêmio, Figueirense, Atlético e Coritiba. O Tìtulo da matéria, como quase sempre, não fui eu que dei, mas meu editor: Uma formidável bola fora.
Eu não compartilho dessa visão pessimista que o título anuncia, mas também não estou no time dos otimistas. Para ler a matéria, basta acessar http://amanha.terra.com.br/edicoes/236/especial.asp e conferir o trabalho. Sobre as minhas percepções que ficaram na matéria:

1) Há falta de planejamento em todos os clubes. Essa ausência de comprometimento técnico na avaliação dos projetos para a copa, ou apenas para melhorar a infra-estrutura dos estádios atuais, pode se refletir no resultado final. O Atlético Paranaense parece estar um pouco a frente - não apenas no estádio, é claro, mas também no planejamento.

2) Se os diretores da dupla gre-nal tivessem ensaiado, não teriam me fornecido respostas tão semelhantes sobre seus projetos para 2014. Ambos planejam vincular a sustentabilidade de seus estádios a centros de eventos e convenções, com o argumento de que "há espaço para essa atividade na capital gaúcha". Espaço, parece haver, definitivamente. Para dois projetos? Não sei.

3) Os especialistas e analistas são essencialmente pessimistas, como a matéria aponta. E isso traduz mais que frustração com antigos projetos que não foram tirados do papel em outras épocas. O problema mesmo é o ranço político. Enquanto na Europa, predominam departamentos e diretores com formação e capacitação técnica inquestionáveis, no Brasil, os dirigentes ainda são escolha essencialmente política. E meus entrevistados viram alguns discursos bem parecidos com os de agora em outros momentos.

4) A política de sócios de Inter e Grêmio, com mensalidades populares, que está se espalhando pelo país, é uma ótima. Todos os entrevistados elogiaram a iniciativa, mas ressaltaram que é preciso estar atento as peculiaridades das torcidas de cada estado, especialmente em relação a hábitos, preços, etc Em tempo: Se avaliarmos o percentual de torcedores de clubes paulistas no Paraná e em Santa Catarina, percebemos que ainda há um vasto campo para se explorar do ponto de vista mercadológico por Paraná, Atlético-PR e Coxa.

5) CUIDADO com as parcerias. Todos os especialistas repetiram isso nas entrevistas que fiz para a reportagem. A avaliação deles é que é muito difícil que esses parceiros internacionais se interessem APENAS pela exploração comercial do patrimônio, que pode demorar anos para render frutos. É aí que entram ISLs e MSIs da vida. Por isso, todo cuidado é pouco. Mesmo assim, trabalhar apenas com finanças próprias, como o Inter defende, também tem seus riscos. É que no Brasil, muito do que os clubes arrecadam ainda está vinculado ao desempenho do time em campo. O time vai mal? As vendas de produtos e ingressos também. Tem gente que já mudou isso.

6) No último mês no Brasil, já devem ter surgido pelo menos cinco notícias como essa: "A arena do clube (X) será uma das maiores e mais modernas da América Latina". É bom se precaver. Essa estrutura de serviços que será montada no entorno, ou dentro, será usada? Se vai, como será? Existe cultura de consumo para os produtos? São perguntas básicas, e até imbecis, podem pensar profissionais da área. O problema é que, muitas vezes, na pressa de agradar e angariar sorrisos e votos, a megalomania passa a linha de chegada sem passar pelo óbvio.

7) Muito do que vai ser feito até a Copa, passa pelo poder público. É o caso até de alguns novos estádios. É bom ficar de olho no que e como serão desenvolvidos os projetos até lá. O dinheiro é meu, seu, de todo mundo.

8) O sul larga na frente de outras regiões para sediar a copa de 2014. Basta os dirigentes e "pensadores" do nosso futebol desviarem um pouco de brigas e discussões políticas e focar mais no negócio Copa. Não sou a favor da realização dela no Brasil, mas já que vai ocorrer mesmo, que seja de forma profissional, tirando o melhor proveito possível.

Estréia

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Estou abrindo os trabalhos do blog Arena do Marketing neste famoso dia 25/12.
Proponho esse espaço como um fórum para notícias e discussões sobre marketing e gestão esportiva, especialmente relacionados a entidades da região sul do país. Os comentários, palpites, críticas, questionamentos e sugestões dos leitores serão fundamentais para determinar os temas e rumos dos debates. Seja bem-vindo!